Fabaceae

Dalbergia miscolobium Benth.

Como citar:

Eduardo Amorim; Monira Bicalho. 2022. Dalbergia miscolobium (Fabaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

4.162.951,594 Km2

AOO:

1.568,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Filardi et al., 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Abaíra, Amargosa, Andaraí, Barreiras, Boa Vista do Tupim, Brotas de Macaúbas, Caetité, Campo Formoso, Cândido Sales, Cocos, Contendas do Sincorá, Coribe, Correntina, Cristópolis, Ibicoara, Ibotirama, Iraquara, Itaeté, Itaête, Itambé, Lençóis, Licínio de Almeida, Macaúbas, Miguel Calmon, Mucugê, Palmeiras, Piatã, Pilão Arcado, Rio de Contas, Rio do Pires, Salvador, Santana, São Desidério, Seabra, Urandi e Vitória da Conquista —, no estado do Ceará — nos municípios Crato, São Benedito e Tianguá —, no Distrito Federal — no município Brasília —, no estado de Goiás — nos municípios Alto Paraíso de Goiás, Anápolis, Caldas Novas, Campos Belos, Catalão, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Cristalina, Luziânia, Mara Rosa, Niquelândia, Nova Iguaçu de Goiás, Padre Bernardo, Pirenópolis, Planaltina e São Domingos —, no estado do Maranhão — nos municípios Carolina, Formosa da Serra Negra, Grajaú, Loreto, Matões, Milagres do Maranhão, Mirador e Santana do Maranhão —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Alto Taquari, Cáceres, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Diamantino, Nova Xavantina, Paranaíta e Ponte Branca —, no estado do Mato Grosso do Sul — nos municípios Alcinópolis, Aquidauana, Campo Grande, Nioaque, Rio Verde de Mato Grosso e Três Lagoas —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Araxá, Barroso, Belo Horizonte, Berilo, Bocaiúva, Bom Despacho, Brumadinho, Buritizeiro, Caldas, Campanha, Campina Verde, Campo do Meio, Capitólio, Carbonita, Carrancas, Confins, Congonhas, Conquista, Delfinópolis, Descoberto, Diamantina, Divinópolis, Estrela do Sul, Formiga, Gouveia, Grão Mogol, Igarapé, Ingaí, Itabira, Itabirito, Itacambira, Itutinga, Jaboticatubas, João Pinheiro, Joaquim Felício, Lavras, Lima Duarte, Luminárias, Mariana, Marliéria, Moeda, Monte Carmelo, Montes Claros, Montezuma, Nova Lima, Nova Porteirinha, Ouro Branco, Ouro Fino, Ouro Preto, Paracatu, Paraopeba, Patrocínio, Perdizes, Piedade do Rio Grande, Piumhi, Prata, Riacho dos Machados, Rio Acima, Rio Pardo de Minas, Sabará, Salinas, Santa Bárbara, Santa Luzia, Santana de Pirapama, Santana do Garambéu, Santana do Riacho, Santo Antônio do Retiro, São Gonçalo do Abaeté, São Gonçalo do Rio Preto, São Gonçalo do Sapucaí, São João del Rei, São José do Goiabal, São Roque de Minas, São Sebastião do Paraíso, São Thomé das Letras, Senador Modestino Gonçalves, Serro, Sete Lagoas, Tiradentes e Uberlândia —, no estado do Paraná — nos municípios Arapoti, Curitiba, Jaguariaíva, Piraí do Sul e Sengés —, no estado do Piauí — nos municípios Batalha, Gilbués, Jerumenha, Oeiras e Santa Filomena —, no estado de Rondônia — no município Porto Velho —, no estado de São Paulo — nos municípios Américo Brasiliense, Analândia, Araras, Assis, Avaré, Batatais, Bauru, Botucatu, Campinas, Franco da Rocha, Guarulhos, Itaberá, Itapetininga, Itapeva, Itaporanga, Itararé, Itirapina, Itu, Jundiaí, Lençóis Paulista, Martinópolis, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Pedra Bela, Pirassununga, Pratânia, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santa Cruz das Palmeiras, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, São José dos Campos, São Paulo, São Pedro, Socorro e Sumaré —, e no estado do Tocantins — no município Palmas.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2022
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Monira Bicalho
Categoria: LC
Justificativa:

A espécie é descrita como endêmica do Brasil, ocorrendo na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, em diferentes fitofisionomias desses biomas. Apresenta um extenso EOO, igual a 2752766km² e mais de 10 localizações condicionadas à ameaças. Adicionalmente, vários registros foram documentados em Unidades de Conservação de proteção integral. Somado à isto, não foram documentados declínios populacionais para aplicação de outros critérios. Assim, a espécie foi considerada como Menos Preocupante (LC) neste momento, demandando assim, ações de pesquisa (tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua perpetuação na natureza no futuro.

Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: J. Proc. Linn. Soc., Bot. 4(suppl.), 35, 1860. Popularmente conhecida como jacarandá-do-cerrado ou caviúna-do-cerrado (Filardi et al., 2020). Possui flores atropurpúreas; legumes em sâmaras, oblongos e coriáceos; tronco e ramos tortuosos, cortiça profundamente espessa e com fissuras; folíolos glaucos e verde-cinéreos; cálice campanulado e bilobado com tricomas marrons (Siniscalchi, 2012).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Sua madeira é utilizada na fabricação de peças pequenas, móveis, acabamentos internos, e instrumentos musicais como violinos. Suas flores e frutos são usados na confecção das chamadas "flores do planalto" que são comercializadas em Brasília e vendidas para o restante do Brasil e exterior (Gomes, 2003).

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Biomas: Cerrado
Vegetação: Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar e/ou de Galeria, Floresta Estacional Decidual, Floresta Estacional Semidecidual
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual de Submontana, Floresta Ombrófila Densa
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest, 2.1 Dry Savanna, 2.2 Moist Savana
Detalhes: Árvore com até 16 metros de altura (Gomes, 2003). Ocorre no Cerrado, em Floresta Estacional Decidual e Semidecidual (Filardi et al., 2020).
Referências:
  1. Filardi, F.L.R., Lima, H.C., Cardoso, D.B.O.S., 2020. Dalbergia. Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB22914 (acesso em 03 de março de 2021)

Reprodução:

Fenologia: flowering (Nov~May), fruiting (May~Jul)
Dispersor: Dispersão pelo vento. Anemocórica.

Ações de conservação (6):

Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol - Francisco Sá (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Maurenza, D., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Região de Grão Mogol - Francisco Sá. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 76 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre em Grajaú (MA), Paranaíta (MT) e Porto Velho (RO), municípios da Amazônia Legal considerados prioritários para fiscalização, referidos no Decreto Federal 6.321/2007 (BRASIL, 2007) e atualizado em 2018 pela Portaria MMA nº 428/18 (MMA, 2018).
Referências:
  1. BRASIL, 2007. Decreto Federal nº 6.321, de 21 de dezembro de 2007. Diário Oficial da União, 21/12/2007, Edição Extra, Seção 1, p. 12. URL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6321.htm (acesso em 28 de abril de 2021).
Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Endêmicas - 11 (BA), Território Sacramento - 15 (MG), Território Campinas - 18 (MG, SP), Território PAT Paraná-São Paulo - 19 (PR, SP), Território PAT São Paulo - 20 (SP), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Itororó - 35 (BA), Território Formosa - 9 (GO, MG), Território PAT Cerrado Tocantins - 12 (TO), Território PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia - 39/40 , Território PAT Espinhaço Mineiro - 10 (MG).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Águas Vertentes, Área de Proteção Ambiental Bacia do Paraíba do Sul, Área de Proteção Ambiental Carste da Lagoa Santa, Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu e Tejupá Perímetro Corumbataí, Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio São Bartolomeu, Área de Proteção Ambiental da Bacia dos Ribeirões do Gama e Cabeça de Veado, Área de Proteção Ambiental da Chapada dos Guimarães, Área de Proteção Ambiental de Cafuringa, Área de Proteção Ambiental de Upaon-Açu/Miritiba/Alto Preguiças, Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá, Área de Proteção Ambiental do Planalto Central, Área de Proteção Ambiental dos Pireneus, Área de Proteção Ambiental Estadual da Escarpa Devoniana, Área de Proteção Ambiental Jundiaí, Área de Proteção Ambiental Lago de Sobradinho, Área de Proteção Ambiental Marimbus/Iraquara, Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira, Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juquerí-Mirim Área II, Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim Área I, Área de Proteção Ambiental Pouso Alto, Área de Proteção Ambiental Rio Batalha, Área de Proteção Ambiental Santo Antônio, Área de Proteção Ambiental Serra do Barbado, Área de Proteção Ambiental Serra São José, Área de Proteção Ambiental Sul-Rmbh, Área de Relevante Interesse Ecológica Capetinga/Taquara, Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Jk, Estação Ecológica de Águas Emendadas, Estação Ecológica de Avaré, Floresta Nacional de Contendas do Sincorá, Floresta Nacional de Paraopeba, Monumento Natural Estadual Serra da Moeda, Monumento Natural Estadual Várzea do Lageado e Serra do Raio, Parque Estadual da Serra do Cabral, Parque Estadual do Limoeiro, Parque Estadual do Rio Doce, Parque Estadual Serra do Ouro Branco, Parque Estadual Serra do Rola Moça, Parque Nacional da Chapada das Mesas, Parque Nacional da Chapada Diamantina, Parque Nacional da Serra da Canastra, Parque Nacional da Serra do Cipó, Parque Nacional de Brasília, Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José e Reserva de Desenvolvimento Sustentável Nascentes Geraizeiras.
Ação Situação
5.1.1 International level on going
A espécie está incluída no apêndice II da CITES (2022), que inclui as espécies não necessariamente ameaçadas de extinção, mas cujo comércio deve ser controlado a fim de evitar usos incompatíveis com sua sobrevivência.
Referências:
  1. CITES, 2022. Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora. CITES Appendices URL https://www.cites.org/eng/app/appendices.php (acesso em 17 de maio de 2022).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
9. Construction/structural materials natural stalk
Sua madeira, moderadamente pesada, com densidade de 0,81 g/ cm3, é utilizada na confecção de móveis finos, marchetaria, escultura, marcenaria, artesanato, mercados locais, instrumentos musicais, e suas flores e frutos são usados na floricultura ornamental e artesanatos (CITES, 2016).
Referências:
  1. Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora. CITES Appendices URL https://cites.org/sites/default/files/eng/cop/17/prop/GT_Dalbergia_E.pdf (acesso em 23 de fevereiro de 2022)
  2. Gomes, L. de O., 2003. Ecofisiologia e Anatomia foliar de Dalbergia miscolobium Benth. em duas Fitofisionomias do Cerrado. Cent. Univ. Brasília. Centro Universitário de Brasília.